Qual a diferença entre solenidade, festa e memória?
Foto ilustrativa: Wesley Almeida
O que é uma solenidade litúrgica?
A Igreja vive o anúncio Pascal de Cristo, de maneira especial na liturgia. Você já deve ter percebido que, mesmo num determinado tempo litúrgico, onde a Igreja se reveste de roxo, por exemplo, em alguns momentos dá espaço para o branco e o vermelho. Por quê? Isso acontece porque também se celebra outras comemorações de importância, e assim se muda o paramento litúrgico. As celebrações litúrgicas são comemoradas em três graus: Solenidade, Festa e Memória.
A “Solenidade” é uma grande comemoração como o Natal do Senhor, a Páscoa, também outras comemorações da Mãe de Deus como Imaculada, Santa Mãe de Deus e, ainda, alguns santos importantes como o precursor do Senhor São João Batista e São Pedro e São Paulo. Enfim, a Igreja celebra esta data, de maneira vibrante, intensa e solene, por se tratar de um grande acontecimento.
Um exemplo é o Natal, uma solenidade, porque comemoramos a Encarnação de Deus. Temos de celebrar, alegremente, esse evento, que é um dos principais de nossa fé. Deus se fez homem para nos salvar. Da mesma forma, na Páscoa do Senhor, devemos comemorar o solene triunfo de Jesus sobre o mal em obediência ao Pai, e assim nos alegramos: Ele ressuscitou e venceu o pecado. A solenidade contém três leituras, canta-se ou reza-se o Glória, canta-se ou reza-se a Profissão de Fé.
Solenidades gerais
Existem as solenidades “gerais”, quando toda a Igreja celebra como tal; e existem as solenidades “particulares”. Por exemplo: uma diocese, normalmente, eleva seu padroeiro a uma comemoração solene, comemora-se de maneira solene seu patrocínio, sua vida, e pede-se a bênção para sua diocese. Da mesma forma, alguns institutos e congregações comemoram seus fundadores de forma solene, enquanto o restante da Igreja comemora como memória.
Festa
Depois, temos a celebração vivida como “Festa”, que também tem um grande valor, porém, inferior ao grau de solenidade. A celebração de festa é reservada aos apóstolos, alguns santos especiais e mártires. Esses santos têm seu grau de importância para toda Igreja devido ao seu testemunho em Jesus Cristo, sua doação ao próximo pela fé perseverante. Assim como acontece nas solenidades, alguns santos podem, numa determinada diocese ou congregação, ter o grau festivo, enquanto no restante da Igreja se comemora como memória. Na celebração festiva, normalmente, canta-se ou recita-se o Glória e há leituras próprias para aquele dia.
Memória
Por fim, temos a comemoração da “Memória”, que é inferior à solenidade e à festa, porém, são aquelas comemorações de alguns títulos de Jesus, de Nossa Senhora ou de algum santo. Celebra-se o mistério do sacrifício de Jesus nos alegrando com aquele título de relevância para fé ou se faz memória daquele santo que viveu uma vida conforme o Evangelho pode ser ou não mártir.
Há algumas memórias para as quais há leituras próprias, mas a maioria proclama as leituras feriais (leituras do dia). Dentro das comemorações das “memórias”, algumas podem ser facultativas, ou seja, pode ou não as celebrar, também aqui vai do grau de importância para aquela congregação, instituto ou paróquia.
Assim vemos quanta riqueza há em nossa liturgia, além do tempo comum, da Quaresma, Advento, Natal e Igreja celebra, até mesmo dentro desses tempos, outras comemorações que enriquecem a fé e motivam o povo de Deus a viver o Mistério Pascal com solenidades, festas e memórias.