Papa: escândalos ferem e matam corações e esperanças
Da redação, com informações e fotos da Rádio Vaticano
Na Missa desta segunda-feira, 13, na Casa Santa Marta, o Papa Francisco destacou que os escândalos ferem os corações e matam esperanças e ilusões. A homilia foi inspirada no Evangelho do dia, em que Jesus adverte os discípulos sobre essa atitude.
“É inevitável que aconteçam escândalos”, recordou o Pontífice, retomando as palavras de Jesus no Evangelho do dia, “mas ai daquele que produz escândalos!”. E Jesus adverte os seus discípulos: “Prestem atenção em vocês mesmos!”.
“Ou seja, fiquem atentos a não escandalizar. O escândalo é feio porque o escândalo fere, fere a vulnerabilidade do povo de Deus, fere a fragilidade do povo de Deus e muitas vezes essas feridas são carregadas pro toda a vida. Não somente fere, o escândalo é capaz de matar: matar esperanças, matar ilusões, matar famílias, matar muitos corações”.
Francisco destacou que prestar atenção em si mesmo é uma advertência a todos, especialmente para quem se diz cristão, mas vive como pagão. Este é “o escândalo do povo de Deus”.
“Muitos cristãos com o seu exemplo distanciam as pessoas, com a sua incoerência, com a própria incoerência: a incoerência dos cristãos é uma das armas mais fáceis que o diabo tem para enfraquecer o povo de Deus e distanciar o povo de Deus do Senhor. Dizer uma coisa e fazer outra”.
Esta é a “incoerência” que faz escândalo, acrescentou o Pontífice, e que leva cada a um a se perguntar como é sua coerência de vida, sua coerência com o Evangelho, com Deus. Francisco citou como exemplo os empreendedores cristãos que não pagam os salários justos e se servem das pessoas para se enriquecerem e também o escândalo dos pastores na Igreja que não cuidam das ovelhas e se afastam.
“Jesus nos diz que não se pode servir a dois senhores, a Deus e ao dinheiro, e quando o pastor é alguém apegado ao dinheiro, escandaliza. E as pessoas se escandalizam: o pastor apegado ao dinheiro. Todo pastor deve se perguntar: como é minha amizade com o dinheiro? Ou o pastor que procura subir, a vaidade o leva a escalar, em vez de ser gentil, humilde, porque a gentileza e a humildade favorecem a proximidade com as pessoas. Ou o pastor que se sente senhor e comanda todos, orgulhoso, e não o pastor servidor do povo de Deus”.
“Hoje pode ser um bom dia para fazer um exame consciência sobre isso: escandalizo ou não, e como? E assim poderemos responder ao Senhor e nos aproximarmos um pouco mais d’Ele”, concluiu o Papa.