Padre Rene José representa a Diocese em Simpósio de Formação Ecumênica
Da redação, com informações do Padre Rene José de Sousa
Nos dias 30 e 31 de janeiro, aconteceu de forma online, o Simpósio de Formação Ecumênica, com o tema, “Reaprender a escutar e dialogar: nossa missão”, promovido pela Comissão Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Que contou como a colaboração dos seguintes conferencistas, irmãs Raquel de Fátima Colet e Regina da Costa Pedro e os padres Abimar Oliveira de Moraes e Marcus Barbosa Guimarães.
O Simpósio, incitou os participantes a saírem da zona de conforto, afim de reaprenderem a escutar para assim dialogar. Pois, a escuta gera compromisso, porque a partir dela, se conhece e entende o outro como sujeito do seu próprio caminho. A escuta e o diálogo, afirma Papa Francisco, abre janelas, recupera horizontes, e encontra a melhor maneira de viver juntos. É ponte de travessia, nunca de estacionamento, e, como já fora dito, nos possibilita conhecer e entender as razões do outro.
A escuta gera conhecimento e comprometimento com o outro, e isso causa temor em alguns, que afirmam a existência de certo risco da perda da identidade. Tal repulsa, ocasiona fragmentação social, configurando-a em guetos, e na pior das hipóteses, na criação de inimigos (demonização do outro) que devem ser combatidos e exterminados. A demonização do outro e sua cultura, perpassa-se pelo preconceito que o desumaniza, transformando-o objeto descartável, invisível.
A promoção da cultura do encontro entre irmãos, tanto pedida pelo Papa Francisco, tem como pano de fundo a diversidade reconciliada, que não nos empobrece, mas enriquece e proporciona vida com qualidade e abundância, mas, o caminho a ser percorrido, perpassa pela conversão sincera do coração que gera vida nova e esperança num futuro próximo, onde os muros da desunião estarão no chão.
Em tempos marcados por conflitos e intolerância religiosa, o ser humano deve se unir em prol de um bem maior e comum, pois caso continue mergulhado em si mesmo, perderá aquilo que há de mais belo e sagrado, a sua humanidade, e se tornará semelhante a uma máquina, fria e inanimada.
E como sabemos o ser humano não é uma máquina, mas um ser que está no mundo, que se relaciona com tudo aquilo que o circunda. É esse colocar-se em relação que é o diferencial da existência humana, pois é carregado de afeto, amorosidade e acolhida. Mas só se acolhe quando se percebe e sente o outro, por isso a importância de se entrar no caminho da conversão sincera do coração, para poder enxergar aqueles que o preconceito tornou invisível.
O estar no mundo e com os outros se traduz num gesto de cuidado concreto, convivência fraterna, amorosa, de compaixão com toda a criação que geme em constantes dores de parto (Rm 8,22), e o som de seu gemido se dá de forma audível e visível pela crescente indiferença pela vida em suas diversas formas de se manifestar, se faz urgente repensar as interferências humanas movidas por interesses particulares, gestando uma consciência do cuidado como um movimento necessário, principalmente com os mais vulneráveis.
Pois pelo fato do ser humano estar no mundo, logo se subentende que este é parte integrante deste vasto universo que é sua existência e onde se encontra.