Diocese São Carlos dez 28, 2024

O Ano Jubilar – 2025

O Ano Jubilar – 2025

(Dom Luiz Carlos Dias)

Fundamentado na tradição do Povo de Deus do Antigo Testamento, que introduziu em uma fase de sua história um Ano Santo, celebrado a cada 50 anos (cf. Lv 25,10; Is61,1-2), a Igreja retomou esta prática no ano de 1300, instituído pelo Papa Bonifácio VIII. Desde então, os Pontífices têm convocado a Igreja para celebrar anos Santos, agora a cada vinte e cinco anos, com a possibilidade de eventos extraordinários como o Ano Santo da Misericórdia, em 2015. Entretanto, o último ano Jubilar ocorreu na virada do milênio, com o Papa São João Paulo.

Desta feita, o Papa Francisco convoca a Igreja para um Ano Jubilar com o intuito de reanimar a esperança. Na Bula de convocação deste ano, Spes non confundit, o Santo Padre justifica a temática central que propõe, dada a imprevisibilidade da realização no futuro, da esperança acalentada nos corações das pessoas, causa de desânimo, ceticismo e até mesmo, pessimismo.

Nesse contexto, entende que mesmo a vida cristã precisa de momentos fortes para nutrir e robustecer a esperança, companheira imprescindível para se vislumbrar a meta, que é Jesus Cristo. O Papa lembra que a esperança cristã nasce e funda-se no amor que emana do Coração de Jesus trespassado na cruz. E o Espírito Santo, após o evento da cruz, continua a suscitar nos corações dos crentes a luz da Esperança, a qual não engana e nem desilude.

São Paulo, que com razão pode ser também chamado de Apóstolo de Esperança, afirma e testemunha com sua vida, que a esperança cristã não cede nas dificuldades, “pois em tudo saímos mais que vencedores graças Àquele que nos amou” (Rm 8, 37-39). Assim, a esperança cristã é corroborada pela fé e alimentada pela caridade. E é oportuno recordar que para Santo Agostinho, todos os modos de vida necessitam de crer, esperar e amar.

Nesse sentido, o Papa Francisco conclama os discípulos e discípulas missionários de Jesus Cristo a ser sinais palpáveis de esperança para quem experimenta grandes dificuldades. E cita explicitamente os encarcerados, doentes e profissionais da saúde, portadores de deficiências, migrantes, idosos, pobres, e mesmo àqueles que portam a esperança por excelência, os jovens, nesse tempo desafiador para expectativas futuras.

Na conjuntura atual as pessoas, as famílias e a sociedade carecem de sinais palpáveis de esperança, além de alianças sociais em prol da esperança, inclusiva e não ideológica, para recuperar nas pessoas a capacidade de viverem de bem com a vida e com alegria, pois o ser humano, criado à imagem de Deus (cf. Gn 1,26), não pode se conformar apenas com satisfações materiais da vida, uma das razões de frustrações.

Jesus iniciou seu ministério proclamando um Ano Santo (cf. Lucas 4,19), o qual não conhecerá ocaso, e cada Ano Santo convocado pelos Papas realça este tempo de graças instaurado pela visita do Redentor, cujo nascimento atualizamos nesse Natal. Tempos como o anunciado pela Bula Spes non Confundit, são um convite de Deus para nos reconciliarmos com Ele e entre nós, a não desviarmos o olhar de situações injustas e causadoras de morte, e a trilharmos com fidelidade o caminho do Reino, seguindo Jesus.

No Ano Jubilar, a Catedral de São Carlos, a Basílica de São Bento em Araraquara e a Matriz do Senhor Bom Jesus, em Matão, acolherão as celebrações jubilares, assim como os fiéis em peregrinação, à procura da ilimitada misericórdia de Deus, do sacramento da Penitência e de indulgência.

A abertura do Ano Jubilar na Diocese de São Carlos ocorrerá em missa celebrada na Catedral, como início às 15hrs do domingo (29/12). E se estenderá até o dia 28 de dezembro de 2025.

Que Maria Santíssima, experimentada pela fé como Mãe da esperança, diante das vicissitudes da vida, nos ajude a ser autênticos “Peregrinos de esperança”.

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