“Não somos funcionários do Sagrado” – Afirma Dom Eduardo em homilia
Por Padre Robson Caramano. Imagem: Sidney Prado
A manhã desta quarta-feira, 31, da Semana Santa foi marcada pela tradicional Missa do Crisma. Celebração esta que, também, é conhecida como Missa da Unidade, Dom Eduardo. Com um rito marcado por simbolismos e significados as palavras do Administrador Diocesano, trouxeram um apelo forte por uma Igreja missionária e em Comunhão.
Rememorando este um ano de Pandemia enfatizou que “é o amor generoso, criativo e efetivo que tem deixado a marca mais positiva em nossas paróquias”, ressaltando, ainda, que “quanto ao futuro acreditamos que a vida humana não será mais a mesma, bem como nossa ação evangelizadora. O futuro mostrará se saímos deste teste mais fracos ou mais fortes”, argumentou Dom Eduardo.
Tendo como chave de leitura três palavras chaves da liturgia o bispo realizou sua homilia com base nas expressões: “Espírito do Senhor”; “Unção”; e “Consagração” – de acordo com Dom Eduardo o Espírito do Senhor é o que nos faz nos reportarmos aos pobres:
“Como é que Isaías e o próprio Jesus unem essas expressões, esses dois mundos: o céu e a terra, o sagrado e o profano? Creio que a razão está no verbo que serve de ponte: ‘Ele me enviou’. Tanto o profeta Isaías que assume tons messiânicos, como o próprio Jesus que declara que esta Palavra está sendo cumprida Nele, tanto um como o outro se sente ‘enviado’ a trazer um feliz anúncio, um ano da graça”.
Justamente aí se caracteriza o espírito missionário que deve mover cada fiel e cada consagrado. Para isso fomos ungidos. Aos padres, de modo especial, “ungidos para ungir” como recordou o Bispo:
“A unção não é para nos perfumar (não… não podemos nos perfumar a nós mesmos), e, menos ainda para que a conservemos num frasco, pois o óleo se tornaria rançoso e o coração amargo […] Ungimos sujando as nossas mãos ao tocar as feridas, os pecados, as amarguras do povo. Ungimos perfumando as nossas mãos ao tocar a fé do nosso povo, as suas esperanças, a sua fidelidade e a generosidade sem reservas”.
Tendo em vista esta missão é que somos consagrados “para aliviar, curar e resgatar aqueles a quem somos enviados”, acentuando o objetivo da missão através da consagração afirmou Dom Eduardo:
“Uma consagração que não conduz à missão é, na melhor das hipóteses, uma investidura honorária; uma missão que não parte da consagração é, na melhor das hipóteses, uma execução de trabalho. Não somos funcionários do Sagrado!”
Em sua homilia, fez, ainda, uma menção a todos os batizados e confirmados afirmando-lhes que “cada um, segundo a sua vocação e história, todos, constituímos aqueles ‘sacerdotes do Senhor’ de que fala a primeira leitura, somos um ‘reino de sacerdotes’ de que fala no capítulo primeiro do livro do Apocalipse, porque somos todos ‘ungidos’, ‘consagrados’[…] Se por ventura somos tudo isso, somos para uma missão, somos para o mundo que nos rodeia, não para nós mesmos”.
Antes de finalizar com uma oração Dom Eduardo chamou os fiéis e o Clero para que pedíssemos “perdão pelo tempo, energia e recursos gastos em tudo que não seja missão que o Senhor nos designou” suplicou ainda a Cristo Jesus que “consagrado e enviado pelo Pai, que o óleo com que somos ungidos seja sempre um bálsamo de vida para os irmãos e irmãs que o Senhor nos confiar”.
CONFIRA NA ÍNTEGTRA: