Mergulhar no mistério de Cristo com o coração, pede Papa
Por Sidney Prado – Assessoria de Comunicação da Diocese de São Carlos
Com informações e foto da Rádio Vaticano
O mistério de Jesus Cristo esteve no centro da homilia do Papa Francisco nesta terça-feira, 24, na capela da Casa Santa Marta.
A homilia do Pontífice teve como ponto de partida a Primeira Leitura do dia, extraída da Carta aos Romanos, na qual São Paulo usa contraposições – pecado, desobediência, graça e perdão – para que se possa compreender algo, mas sente que é “impotente” para explicar este mistério. Por detrás disso tudo, está a história da salvação, da criação, da queda e da redenção. São Paulo, disse o Papa, impulsiona os fiéis para que caiam no mistério de Cristo.
Essas contraposições, portanto, são somente passos no caminho para imergir-se no mistério de Cristo, que não é fácil de entender, considerou o Papa. É tão “superabundante”, “generoso”, “inexplicável” que não se pode entender com argumentações, porque estas levam até certo ponto. Para entender quem é Jesus Cristo, o Papa convida a imergir-se neste mistério.
O Santo Padre evidenciou que, quando se vai à Missa, as pessoas vão rezar, sabem que Jesus está na Palavra, que vem, mas isso não é suficiente para poder entrar no mistério. “Entrar no mistério de Jesus Cristo é mais, é deixar-se ir naquele abismo de misericórdia onde não existem palavras: somente o abraço do amor. O amor que o levou à morte por nós. Quando nós vamos nos confessar porque pecados – sim, devo tirar os pecados, digamos; ou “que Deus me perdoe os pecados” – vamos, contamos os pecados ao confessor e ficamos tranquilos e contentes. Se eu vou lá, vou encontrar Jesus Cristo, entrar no mistério de Jesus Cristo, entrar naquele abraço de perdão do qual fala Paulo; daquela gratuidade de perdão”.
Francisco ressaltou ainda que entender o mistério de Jesus Cristo não é uma coisa de estudo, porque Jesus é entendido somente por pura graça. É então assinalado um exercício de piedade que ajuda: a Via-Sacra, que consiste em caminhar com Jesus no momento em que dá “o abraço de perdão e de paz”.
“É bonito fazer a Via-Sacra. Fazê-la em casa, pensando nos momentos da Paixão do Senhor. Também os grandes Santos aconselhavam sempre começar a vida espiritual com este encontro com o mistério de Jesus Crucificado. Santa Teresa aconselhava as suas monjas: para chegar à oração de contemplação, a elevada oração que ela tinha, começar com a meditação da Paixão do Senhor. A Cruz com Cristo. Cristo na Cruz. Começar a pensar. E assim, tentar entender com o coração, que ‘me amou e deu a si mesmo por mim’, ‘deu a si mesmo até a morte por mim’”.
Na primeira leitura, São Paulo quer justamente revelar o abismo do mistério de Cristo, reiterou o Papa Francisco. “’Eu sou um bom cristão, vou à Missa no domingo, faço obras de misericórdia, recito as orações, educo bem os meus filhos’: isto está muito bem. Mas a pergunta que faço: “Você faz tudo isto: mas entra no mistério de Jesus Cristo? Aquilo que você não pode controlar… Peçamos a São Paulo, verdadeira testemunha, alguém que encontrou Jesus Cristo e deixou-se encontrar por Ele e entrou no mistério de Jesus que nos amou, deu a si mesmo até à morte por nós, que nos fez justos diante de Deus, que perdoou todos os pecados, também as raízes do pecado: de entrar no mistério do Senhor”.