MENSAGEM DE DOM LUIZ CARLOS DIAS PARA QUARESMA
Por ocasião da Quaresma de 2022
Aos caríssimos discípulos e discípulas missionários da Diocese de São Carlos do Pinhal
Arrependei-vos e convertei-vos, para que vossos
pecados sejam perdoados (At 3,19)
Nesta Quarta-Feira de Cinzas, a Igreja Católica inicia a Quaresma, um período de preparação para a celebração do mistério Pascal de Jesus Cristo.
Exorto aos irmãos e irmãs da Diocese de São Carlos a empreenderem esse percurso de fé, que conduz à Vigília Pascal, momento de renovação das promessas e implicações do batismo, para o seguimento do Ressuscitado, em atitudes de docilidade à sua Palavra e disponibilidade à missão por Ele confiada.
A caminhada quaresmal requer contemplar o crucificado de braços estendidos na cruz, cuja morte não significa fracasso, mas libertação das escravidões que enrijecem os corações e suscitam conflitos em todas as dimensões da vida humana.
Caminhada cujo termo é novo Édem, jardim onde Deus renova a criação com a presença de Jesus vivo e ressuscitado. Ali Ele se manifestou aos seus discípulos, propondo-lhes um caminho de superação do que os prendia dentro de cada um, em vista do serviço à vida plena.
Este percurso de quaresma deve ser realizado com muita oração, a começar com súplicas contra o mal da guerra. Diante de tão grande ameaça, recorramos ao coração do Pai com súplicas pela paz. Deus oferece a mesma intimidade desfrutada por Jesus aos que O buscam. Por isso, o Mestre exorta, “reza ao teu Pai que está oculto” (Mt 6,6).
O jejum aponta para o necessário esvaziamento para acolher Deus e o seu plano, a exemplo de Jesus na cruz. A este gesto, segue a entrega sem medo ou reservas ao Pai, “Em tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46). Gesto que traz serenidade ao espírito e fortalece para empenhos em prol do Reino.
A esmola é um convite para se fazer o bem sempre, na gratuidade, sem a expectativa da retribuição. Esta prática conduz à abertura aos irmãos e às suas necessidades. É oportuno recordar a relevância das obras para a consolidação/constatação da fé, como ensina São Tiago, “A fé, sem as obras, é morta” (Tg 2,26).
Eis as indicações costumeiras para que a exortação: “arrependei-vos e convertei-vos”, se traduza em empenho contra males aninhados sorrateiramente nos corações, na vida familiar, comunitária e social. A Quaresma convida à intensificação daquela dura luta contra o que afronta a vida e guardar a fé (2Tm 4,7).
O Papa Francisco diz que a “fé não nos preserva das tribulações da vida, mas permite atravessá-las unidos a Deus em Cristo, com a grande esperança que não desilude” (Rm 5,5) (Mensagem para a Quaresma, 2022).
Que a renovação esperada neste tempo litúrgico se traduza em contribuição da nossa Diocese à edificação da sociedade, como no campo da educação, tema da Campanha da Fraternidade deste ano. Espero que as paróquias, com o sopro do Espírito, se voltem para a realidade educacional e contribua a partir do Evangelho da sabedoria e do amor.
Os padres já organizaram o atendimento das celebrações penitenciais nas paróquias, procurem se informar quanto à data de sua paróquia. Não deixe de recorrer ao sacramento da misericórdia e buscar o perdão dos pecados.
O rito de imposição das cinzas, com o qual se abre a Quaresma, devido à justa preocupação de evitar contágio, pode ser imposto sobre a cabeça do fiel.
Enquanto não se superar o conflito bélico no leste europeu, que em todas as celebrações, seja inserida uma oração pela paz entre as orações dos fiéis.
Boa e profícua caminhada quaresmal!
Fraternalmente,
São Carlos, 02 de março de 2022
Dom Luiz Carlos Dias
Bispo da Diocese de São Carlos
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