Elizabete Nardin relembra momentos marcantes junto a Monsenhor Eduardo Malaspina

Tabatinga, 27 de abril de 2018.

Querido Monsenhor, Eduardo Malaspina.

Atrevo-me a iniciar esta carta de forma singela e sem as formalidades que o protocolo exige sem, contudo desrespeitá-lo na sua importância frente à Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Venho por meio desta, expressar o quanto é prazeroso buscar em minhas lembranças o convívio com o então, Eduardo Malaspina, o nosso “Bispinho” desde a infância e pré-adolescência na EE Abdalla Miguel.

Lá se vão uns quarenta anos desde aquela época em que um garoto por volta dos seus 12 anos declamava poesias e poemas no pátio da escola acima citada. Vivíamos o período militar no Brasil e as comemorações cívicas obrigatórias naquela época e infelizmente esquecidas por muitos brasileiros nos dias de hoje, eram enriquecidas pela vivacidade e a voz que já prenunciava o servo de Jesus que haveria de ser. Lembro-me da alegria que sentia quando o ouvia em suas declamações. Ficava aguardando aquele menino que mais parecia ter nascido um artista, pronto para ganhar o mundo!

Depois quando soube que iria para o Seminário foi como se confirmasse as expectativas que tinha sobre ele. O tempo passou…. fui morar e estudar na cidade de Araraquara. Foi quando recebi a notícia pelo Padre Romeu Parolize da paróquia Imaculada Conceição de Ibitinga de que aquele menino iria ser ordenado sacerdote. Foi com imensa alegria que deixava a cidade de Araraquara, pegava o ônibus e vinha para Tabatinga ensaiar as músicas junto com o pessoal que iria animar a missa de ordenação.

Quero abrir um parêntese neste momento para citar algo que eu não sabia, mas que a amiga Nanci Silva, irmã de Dom Francisco, Bispo da Diocese de Lins contou: “à época do Reverendíssimo e Excelentíssimo Dom Rui Serra quando numa visita pastoral à nossa Paróquia, estando na antiga Sede Mariana para se trocar, o mesmo perguntou para o “Toninho”, também irmão da Nanci onde ele poderia colocar o Solidéu. Antes mesmo da resposta Dom Rui viu o garoto Eduardo e disse: este menino serve para eu colocar o meu Solidéu e de fato o fez. Daí o apelido de “bispinho””.

Hoje me sinto não menos honrada ao poder externar estes sentimentos através desta carta.

É como se eu soubesse que um dia poderia falar-te o quanto te admiro desde aquela época!

Ver aquele menino crescer na Graça de Deus e hoje ver como a Misericórdia Divina agiu em sua vida, pela força do Espírito Santo, lhe concedendo a missão de Bispo Auxiliar da nossa Diocese.

Felicito-lhe por esta sublime missão, que com sua dedicação e disposição ao se colocar a serviço com certeza gerará comunhão em nosso meio.

Que o manto de Maria, nossa Padroeira a Mãe do Bom Conselho, lhe proteja e guarde todos os dias de sua vida.

Sua benção!

Respeitosamente,

Elizabete A. Avibar Nardin.