“E Jesus ia com eles” Dom Eduardo Malaspina completa 30 anos de sacerdócio
Por Sidney Prado – Assessoria de Comunicação da Diocese de São Carlos | Colaboração com imagem e agradecimento do bispo: Emilli Aparecida da Silva
Com o lema sacerdotal: “E Jesus ia com eles”, Dom Eduardo Malaspina completa neste dia 13 de dezembro, 30 anos de Ordenação Sacerdotal. Ele tinha 24 anos quando foi ordenado presbítero, por Dom Constatino Amastalden, na Igreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora do Bom Conselho, em Tabatinga.
Dom Eduardo como sacerdote exerceu as funções de Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Patrocínio e foi Capelão da Santa Casa de Misericórdia em Jaú. No ano de 1993 assumiu a Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Américo Brasiliense, por 8 anos. Depois de retornar dos estudos em Roma, assumiu a Paróquia São Nicolau de Flüe, em São Carlos, onde ficou por 17 anos quando foi nomeado pelo Papa Francisco – Bispo Auxiliar da Diocese. Em dezembro de 2020, Dom Eduardo foi nomeado Administrador Diocesano de São Carlos, função que vem exercendo com intenso e fecundo pastoreio nossa Igreja Particular.
O Administrador Diocesano, concedeu uma entrevista para o Portal Diocesano falando sobre sua experiência de 30 anos de vida sacerdotal e 04 de ministério episcopal.
Conte-nos um pouco de como surgiu o despertar da vocação sacerdotal?
Qual avaliação o senhor faz desses 30 anos de vida sacerdotal? E quais os maiores desafios vividos neste período?
Como o senhor avalia, dentro destes 30 anos de vida sacerdotal, os 04 anos de ministério episcopal?
O que motivou o senhor a escolher como lema sacerdotal: “E jesus ia com eles” Lc 24.15
Como tem sido Administrar a Diocese de São Carlos?
Dom Eduardo Malaspina, recebe saudação da Irmã Hildete Reis Pereira e Padres, pela passagem dos seus 30 anos de Ministério Sacerdotal:
Dom Eduardo deixa palavras de agradecimento
Queridos irmãos e irmãs, eu escolhi como tema da minha Ordenação Presbiteral “E Jesus ia com eles”; 30 anos depois da minha ordenação eu penso que há duas coisas fundamentais que eu aprendi e que compartilho com vocês:
– A primeira tem a ver comigo próprio, eu tenho compreendido que Deus me pede que eu seja diácono, padre, bispo a partir daquilo que eu sou, a partir da minha originalidade, a partir dos dons que ele me deu. A maturidade é quando não temos medo de sermos nós próprios, procuramos ser com humildade e naturalidade, aquilo que nós somos.
– A segunda é que 30 anos de sacerdócio nos faz adulto na fé, outra coisa igualmente importante que descobri nesse tempo. Um padre, no caso também um bispo, é obra dos outros, é uma construção dos outros, quero dizer uma vida original, uma vida individual. O padre é a expressão da comunidade, expressão da Igreja de cada dia. A partir do encontros que tem, das pessoas que conhece, das histórias que lhes contam, do amor que recebe, da partilha, daquilo que testemunha ele vai se construindo como uma obra dos outros.
Tudo isso é graça recebida, por isso eu quero agradecer imensamente a cada um que fez parte da minha vida nesses 30 anos de Ordenação Sacerdotal. Ainda novinho, fui para o seminário com 14 anos e me tornei padre aos 24 anos. No seminário quantos formadores, quantas pessoas me ajudaram, eu era como uma pedra bruta que aos poucos foi sendo lapidada. Eu termino lembrando que esses 30 anos é comemorado como jubileu de pérola. As pérolas são resultado da dor; se uma ostra não foi ferida ela não produz pérolas, as pérolas são feridas curadas.
Ao chegar ao trigésimo ano do meu sacerdócio, eu tenho consciência que a formação das pérolas em minha vida tornaram-se uma metáfora de como nós padres e bispos devemos viver e conviver com a dor e as contrariedades da vida. Como a ostra que reage a areia naquilo que a fere, em seu interior de forma nobre, e reveste aquilo com um líquido de madrepérola envolvendo a areia e fazendo acontecer a pérola, tornando- a em rara beleza, o mal, tantas vezes presentes na vida, se paga com o bem. Isso não é fácil, àquele que te causa o mal você pagar com o bem é desafiador. Assim continuemos acreditando no poder do bem, acreditando na compaixão, na misericórdia e na capacidade que a Igreja tem de curar, reconciliar e de dar a paz aos que precisam.