Dom Luiz preside missa de reinauguração da Capela São Manoel, no cemitério das Cruzes
O bispo diocesano, Dom Luiz Carlos Dias, celebrou a missa que marcou a reinauguração da Capela São Manoel e do memorial dedicado a Rosendo Brito e Manoel de Souza Brito, na manhã deste domingo (2), no cemitério das Cruzes em Araraquara.
Figuras icônicas da história de Araraquara, Rosendo e Manoel estão enterrados onde foi construída a capela.
Diversas autoridades estiveram presentes. Após a missa, Dom Luiz abençoou o local.
História
Em 1897, Araraquara foi palco do linchamento dos Brito. O jornalista sergipano Rosendo de Souza Brito publicava nos jornais críticas sobre a administração da cidade, desagradando o coronel Carvalho, que era de grande prestígio no município. Após um desentendimento entre os dois na farmácia de Manoel, tio de Rosendo, o coronel foi baleado e acabou falecendo. Antes de morrer, porém, culpou Rosendo e Manoel.
Os dois foram presos em seguida e o clima de comoção tomou conta da cidade. De um lado, os admiradores do coronel lamentavam sua morte. De outro, familiares e o partido político de Rosendo queriam retirá-lo da prisão.
A missa de sétimo dia do coronel Carvalho aconteceu na Igreja Matriz, com a presença de correligionários e parentes. Empregados das fazendas de café dos Carvalho foram convocados a comparecer. Um grande público se formou para o evento, sabendo da intenção de assassinar os Brito.
Durante a noite de 7 de fevereiro de 1897, a delegacia foi invadida e Rosendo e Manoel foram retirados, acorrentados, e foram arrastados até a praça da Matriz. Os Brito foram mortos e mutilados pelos capangas das fazendas e até parentes do coronel Carvalho. Rosendo tinha 24 anos e Manoel, 49.
Quando amanheceu, a cidade amedrontada apenas assistiu o Padre Antônio Cezarino, pároco da Matriz, recolher os corpos. Após a perícia da polícia, o padre levou os corpos de Rosendo e Manoel até o cemitério da febre amarela, hoje cemitério das Cruzes. O local onde os Brito foram enterrados tornou-se um trajeto de peregrinação popular.