Caritas aos governos: ações concretas para erradicar tráfico de pessoas
Da redação, Foto: McKenna Phillips via Unsplash
Nesta terça-feira, 8, é celebrado o Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas. Diante da data, a Caritas Internacional convida todos os seus membros a se engajarem na luta contra esta “tragédia da sociedade moderna”.
A instituição pede aos governos que fortaleçam os serviços de proteção e apoio às vítimas, além da criação de um plano contra o tráfico de pessoas.
“As vítimas do tráfico humano são, muitas vezes, invisíveis, são as populações mais vulneráveis. Somos chamados a acompanhar e proteger essas mulheres, homens e crianças”, afirma o secretário-geral da Caritas Internacional, Aloysius John.
John prossegue: “Os 162 membros da nossa Confederação estão em contato diário com estas pessoas que são obrigadas a realizar um trabalho duro e perigoso ou envolver-se em atos sexuais comerciais. Alguns são levados à força, outros são atraídos para a armadilha. Mas todos eles passam por condições terríveis”.
Causas profundas
O secretário-geral da Caritas Internacional sublinha que não é possível erradicar o tráfico de seres humanos sem abordar as causas profundas que obrigam as pessoas a fugirem e a se exporem ao risco de serem exploradas: pobreza extrema, alterações climáticas e degradação ambiental, conflitos e violência.
“O tráfico humano só pode parar quando acabarem as guerras e a violência, sensibilizando para o risco de se cair na armadilha do tráfico de seres humanos e através da promoção de uma economia inclusiva que permita às pessoas viver em dignidade nas suas terras”, indica.
Economia do cuidado
“Tal como o Papa convoca, deveríamos ser «promotores de uma economia do cuidado», que «cuida do trabalho, criando oportunidades de emprego que não exploram os trabalhadores através de condições de trabalho degradantes e horas extenuantes»”, acrescenta.
No dia da memória litúrgica de Santa Bakhita, a Caritas Internacional exorta todas as pessoas de boa vontade a ajudarem a combater a cultura de indiferença e exclusão que muitas vezes envolve as vítimas do tráfico.
“Isso exige uma onda de solidariedade para receber, acompanhar e defender as vítimas, que precisam ser recebidas com compaixão incondicional e devem ser protegidas. Só agindo em conjunto podemos dizer “não” a este crime a uma só voz”, acrescenta John.
Ações concretas
A Caritas Internacional – que é membro da rede de ONG cristãs comprometidas com a luta contra o tráfico humano – também pede ações concretas para prevenir o tráfico de pessoas e também para proteger aqueles que sofrem com esse crime. O pedido aos governos é que:
- Implementem o Protocolo de Palermo e outras convenções relevantes;
- Melhorem os serviços de proteção e apoio para sobreviventes do tráfico entre deslocados;
- Estabeleçam planos nacionais de combate ao tráfico;
- Garantam que as vítimas recebam cuidados, proteção qualificada e acesso à justiça.
Com informações da Caritas Internacional