Caminho Neocatecumenal celebra 50 anos no Brasil
No dia 14 de julho de 2024, às 15 horas, o Santuário Nacional de Aparecida será o local de uma celebração especial em comemoração aos 50 anos do Caminho Neocatecumenal no Brasil. O evento contará com a presença de Dom Orani João Tempesta, Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Odilo Pedro Scherer, Cardeal Arcebispo de São Paulo, diversos arcebispos, bispos, padres e aproximadamente 30 mil membros do Caminho Neocatecumenal vindos de todo o país.
Programação da Celebração
A celebração começará com a proclamação da Palavra e a pregação do Kerigma, conduzida pela equipe responsável pelo Caminho Neocatecumenal no Brasil: Padre José Folqué, Raúl Viana e Tonha Cendán. Em seguida, Dom Orani presidirá a Eucaristia.
História e Missão do Caminho Neocatecumenal
Este evento celebra a presença e missão do Caminho Neocatecumenal no Brasil, que, após cinco décadas, está presente em mais de 100 dioceses, aproximadamente 500 paróquias com 1.800 comunidades em todo o país. Este itinerário de iniciação cristã pós-batismal está a serviço da Igreja para a Nova Evangelização, anunciando o amor de Jesus Cristo para todas as nações. Ao longo dos anos, este anúncio tem transformado a vida de muitas pessoas que se abrem ao chamado do Senhor, resultando no surgimento de novas vocações: presbíteros, religiosas e famílias abertas à vida, conforme a Encíclica Humanae Vitae, de São Paulo VI.
O Caminho Neocatecumenal começou em 1964, na favela de Palomeras Altas, em Madri, Espanha, quando o pintor espanhol Kiko Argüello, após uma crise existencial e uma profunda experiência de conversão, decidiu viver entre os pobres para, no sofrimento deles, encontrar e contemplar Jesus Cristo.
Em Palomeras, Kiko conheceu a Serva de Deus Carmen Hernández. A pedido dos pobres, Kiko e Carmen começaram a anunciar o Evangelho, e os primeiros sinais de conversão surgiram quando essas pessoas responderam à Palavra de Deus. Assim, formou-se a primeira comunidade baseada na “Palavra de Deus, Liturgia e Comunidade” (Fruto das Constituições do Concílio Vaticano II: Dei Verbum, Sacrosanctum Concilium, Lumen Gentium e Gaudium et Spes).
Com a indicação do então Arcebispo de Madri, Dom Casimiro Morcillo, essa primeira comunidade começou a celebrar em uma paróquia próxima, e, aos poucos, esse itinerário de iniciação cristã se difundiu na Arquidiocese de Madri e demais dioceses em todo o mundo. Em 1971, o presbítero italiano Mário Pezzi se juntou à equipe de Kiko e Carmen.
Para conhecer a história do Caminho Neocatecumenal, acesse: https://neocatechumenaleiter.org/pt-br/historia/ .
No Brasil, o Caminho Neocatecumenal começou em 1974, nos estados do Paraná e de São Paulo nas dioceses de Umuarama (PR), Toledo (PR), Franca (SP) e Jaboticabal (SP). As primeiras comunidades foram formadas por duas equipes de catequistas itinerantes enviados pela Equipe internacional responsável pelo Caminho, Kiko Argüello e Carmen Hernández, que foram acolhidas pelos bispos das respectivas dioceses mencionadas.
O Apoio dos Pontífices
No ano de 1974, o Papa Paulo VI, em uma audiência concedida às primeiras comunidades neocatecumenais, destacou a missão do Caminho: “Sabemos que em vossas comunidades vos esforçais todos juntos em compreender e desenvolver as riquezas do vosso Batismo e suas consequências pela vossa pertença a Cristo. Tal empenho vos leva a perceber que a vida cristã não é outra coisa senão uma coerência, um dinamismo permanente que deriva do fato de ter aceitado estar com Cristo e prolongar a sua presença e a sua missão no mundo (…) Viver e promover esse despertar é considerado por vocês como uma forma de catecumenato pós-batismal, que poderá renovar nas comunidades cristãs de hoje aqueles efeitos de amadurecimento e de aprofundamento que na Igreja primitiva eram realizados no período de preparação ao Batismo (…)O fato é que vós olhais para a autenticidade, para a plenitude, para a coerência, para a sinceridade da vida cristã. E isso tem um mérito grandíssimo, repito, que nos consola enormemente”. (Cf. https://www.vatican.va/content/paul-vi/it/audiences/1974/documents/hf_p-vi_aud_19740508.html).
Os sucessivos pontífices impulsionaram e reconheceram o Caminho como fruto e inspiração do Espírito Santo para ajuda da Igreja.
Em 1990, São João Paulo II escreveu na carta Ogniqualvolta: “Reconheço o Caminho Neocatecumenal como um itinerário de formação católica válida para a sociedade e para os tempos de hoje” e “desejo vivamente, portanto, que os irmãos no episcopado valorizem e ajudem – juntos com seus presbíteros – esta obra para a nova evangelização”. (Cf. https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/it/letters/1990/documents/hf_jp-ii_let_19900830_ogni-qualvolta.html)
Da mesma forma, Bento XVI acompanhou, sustentou e animou a expansão missionária do Caminho. Durante seu pontificado, em 2008, foram aprovados os Estatutos de maneira definitiva pelo Pontifício Conselho para os Leigos.
“Dou graças ao Senhor pela alegria de vossa fé e pelo ardor do vosso testemunho cristão. Graças a Deus! Agradeço-vos por tudo o que fazem na Igreja e no mundo”, disse o Papa Francisco na primeira audiência com os iniciadores e membros do Caminho, em 2014.(Cf. https://www.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2014/february/documents/papa-francesco_20140201_cammino-neocatecumenale.html)
O atual Pontífice enviou solenemente, em diversas ocasiões, famílias em Missão, presbíteros e novas “missio ad gentes” a lugares descristianizados do mundo.
Vocações
O Caminho Neocatecumenal produziu inúmeros frutos no Brasil, incluindo quatro Seminários Missionários Arquidiocesanos Redemptoris Mater em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Belém do Pará. São mais de 100 seminários Redemptoris Mater no mundo, formando presbíteros missionários diocesanos para a Nova Evangelização.
Serva de Deus Carmen Hernández
O processo de beatificação de Carmen Hernández, coiniciadora do Caminho Neocatecumenal, foi oficialmente aberto em Madri, em julho de 2021. Carmen dedicou a vida à evangelização, deixando um profundo legado espiritual.
Desde o início do processo, inúmeros testemunhos sobre a vida e virtudes da Serva de Deus Carmen Hernández têm sido coletados, evidenciando seu amor por Cristo. O processo está na fase diocesano que visa reunir provas documentais e testemunhais sobre a vida de Carmen, reconhecendo sua santidade e influência na vida de muitos fiéis.