Aparecida recebe Romaria paulista das CEBs

Devotos das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) — que compreende o Estado de São Paulo — se reuniram neste domingo (14) no Santuário Nacional de Aparecida, para mais uma edição de sua tradicional Romaria, que teve como tema “CEBs, povo de Deus na casa da Mãe Aparecida” e o lema “Igreja Sinodal, Profética, Ministerial e Samaritana”.

A Santa Missa das 10h celebrada no Altar Central foi presidida por Dom José Benedito Cardoso, Bispo de Catanduva (SP) e referencial da CNBB para as CEBs paulista, e concelebrada por Dom Gabriel Marchesi, bispo responsável pelas CEBs em âmbito nacional, além de outros bispos presentes na 61ª Assembleia Geral do episcopado brasileiro, que estão reunidos até dia 19 de abril, em Aparecida (SP).

Em entrevista ao Portal A12, Dom José Benedito falou da alegria em celebrar a Romaria na Casa da Mãe Aparecida e dos trabalhos a serem realizados pelo movimento.

“Realizamos neste fim de semana uma assembleia colegiada das CEBs, procurando encaminhar aquilo que foi decidido no 15º encontro Interclesial, em Rondonópolis (MT), no ano passado. O regional encaminha as prioridades, como a renovação das CEBs, a juventude, lembrando também a questão ecológica e a formação. Nesses dois dias estaremos discutindo estes tópicos. Esperamos que as pessoas celebrem com a gente esse momento importante das CEBs no Estado de São Paulo”.

O bispo também citou qual a missão das CEBs nas comunidades em todo o Brasil e quais as metas para o futuro.

“Existe a questão da Palavra de Deus como base que ilumina as questões das realidades, sobretudo para que nós possamos enxergar aquilo que está acontecendo, tomar decisões, encaminhamentos, especialmente no que diz respeito às questões sociais, que hoje no nosso país, são algo que chama a atenção: a pobreza, o sofrimento, a questão ecológica e tantas outras coisas.

Então as CEBs, esse modo de ser Igreja, estão muito ligadas a essas questões sociais, em comunhão com toda a Igreja, comunhão com aquilo que nos ensina o Magistério da Igreja. Diante dessa realidade, a gente vai estar tratando bastante dessas questões desafiadoras que vivemos no nosso país: a violência, devastação da natureza… Vamos também abordar a juventude, que é importante, para se conscientizar esse jeito de ser Igreja. Então, temos toda uma pauta importante que celebramos nesta Romaria estadual”.

Dom Gabriel saudou a todos os presentes na celebração e também aos romeiros representantes das CEBs no Estado de São Paulo. Em sua homilia, ressaltou que a busca pela paz é uma luta incessante:

“Lutar contra tudo aquilo que faz com que os outros não sejam reconhecidos e acolhidos como irmãos e irmãs. Viver a paz significa sermos construtores da paz! Significa lutar até sangrar, muitas vezes, a fim de que a paz esteja presente na vida no mundo e seja para todos e todas. Lutar contra a guerra e todas as formas de violências, as injustiças, tudo aquilo que mantém as pessoas na opressão e na escravidão. Receber o dom da paz significa florescer a fraternidade e a justiça no meio das pessoas, e Cristo ressuscitado oferece a semente da paz para vivê-la em nosso mundo”.

Evangelização transformadora

As Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) são grupos de fiéis que se reúnem ao nível local para viver sua fé de forma comunitária e engajada. As CEBs surgiram na década de 1960, como uma resposta às necessidades pastorais e sociais das pessoas nas áreas rurais e urbanas mais marginalizadas.

As CEBs têm como objetivo principal promover a participação ativa dos fiéis leigos na vida da Igreja e na transformação da sociedade. Elas enfatizam a importância da partilha da Palavra de Deus, da oração, da solidariedade e da ação social como expressões da vivência do Evangelho no contexto concreto em que vivem.

São espaços privilegiados de preparação e celebração dos sacramentos. As CEBs enfatizam que os sacramentos supõem o compromisso com a vivência comunitária. Por isso a catequese sacramental costuma ser mais longa e cuidadosa, e a celebração dos sacramentos está associada à expectativa de reforçar a participação na comunidade.

Texto | Portal A12