Papa institui Comissão dos Novos Mártires, testemunhas da fé
Da Redação / Foto: Alicia Quan na Unsplash
O Papa Francisco instituiu a “Comissão dos Novos Mártires – Testemunhas da Fé” no departamento vaticano para as Causas dos Santos, em vista do Jubileu de 2025. A novidade foi anunciada em uma carta divulgada nesta quarta-feira, 5, pela Santa Sé. O objetivo do grupo de trabalho será elaborar um catálogo de todos aqueles que derramaram seu sangue para confessar Cristo e dar testemunho do Evangelho.
“Os mártires da Igreja são testemunhas da esperança que vem da fé em Cristo e incita à verdadeira caridade. A esperança mantém viva a profunda convicção de que o bem é mais forte que o mal, porque Deus em Cristo venceu o pecado e a morte”, escreve o Santo Padre.
A Comissão continuará a busca, já iniciada por ocasião do Grande Jubileu de 2000, para identificar as Testemunhas da Fé neste primeiro quarto do século e para continuar no futuro.
Francisco lembra que os mártires acompanharam a vida da Igreja em todas as épocas e florescem como ‘frutos maduros e excelentes da vinha do Senhor’ ainda hoje. “Os mártires são mais numerosos em nosso tempo do que nos primeiros séculos: são bispos, sacerdotes, consagrados e consagradas, leigos e famílias que, nos diversos países do mundo, com o dom de suas vidas, ofereceram a prova suprema da caridade”.
“Ecumenismo de sangue”
O Papa lembra que São João Paulo II já havia declarado, em sua Carta Tertio millennio adveniente, que tudo deve ser feito para assegurar que o legado dos “soldados desconhecidos da grande causa de Deus” não se perca. Em 7 de maio de 2000, esses mesmos mártires foram recordados durante uma celebração ecumênica, que reuniu no Coliseu, junto com o Bispo de Roma, representantes de Igrejas e comunidades eclesiais do mundo inteiro.
É o que Francisco tem repetidamente chamado de “ecumenismo de sangue”. “Também no próximo Jubileu estaremos unidos para uma celebração semelhante. Com esta iniciativa, não pretendemos estabelecer novos critérios para a constatação canônica do martírio, mas continuar o levantamento iniciado daqueles que, até hoje, continuam a ser mortos simplesmente por serem cristãos”.
O Pontífice frisa que esse é um trabalho para dar sequência ao reconhecimento histórico dos testemunhos de vida, até o derramamento de sangue desses irmãos e irmãs, para que sua memória se destaque como um tesouro que a comunidade cristã salvaguarda. “A pesquisa não se referirá apenas à Igreja católica, mas se estenderá a todas as denominações cristãs”, ressalta.
Contribuição das Igrejas particulares
O trabalho da Comissão possibilitará, portanto, colocar lado a lado com os mártires, oficialmente reconhecidos pela Igreja, os testemunhos documentados desses irmãos e irmãs. A Comissão terá que se valer da “contribuição ativa” das Igrejas particulares, dos institutos religiosos e de todas as outras realidades cristãs.
“Em um mundo onde, às vezes, parece que o mal prevalece – conclui Francisco – estou certo de que a elaboração deste Catálogo, também no contexto do iminente Jubileu, ajudará os fiéis a ler também o nosso tempo à luz da Páscoa, haurindo do tesouro de uma fidelidade tão generosa a Cristo as razões da vida e do bem”.
Por Vatican News