PROJETO COMUNHÃO E PARTILHA GARANTE A FORMAÇÃO DE 323 SEMINARISTAS EM 42 DIOCESES CARENTES DO BRASIL
O bispo de São José dos Campos (SP) e presidente da Comissão Especial de Comunhão e Partilha, dom José Valmor Cesar Teixeira, falou, na entrevista coletiva desta terça-feira, 25 de abril, da 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), sobre o Projeto Comunhão e Partilha, que arrecada e distribui recursos que garantem a formação de seminaristas de filosofia e teologia das dioceses mais pobres do país.
O projeto arrecada a oferta de 1% da renda ordinária fixa por parte de todas as arquidioceses, dioceses e prelazias do Brasil. O fundo repassa, por mês, R$381,96 mil para a formação de 323 seminaristas de 42 dioceses.
As dioceses que recebem a ajuda são divididas em três grupos: A, B e C. O grupo A reúne as dioceses que possuem renda mensal de até R$15 mil. Este grupo é composto por 5 dioceses, das quais o projeto sustenta 38 seminaristas. Já o grupo B agrupa as dioceses que conta com renda mensal de até R$25 mil, com 13 dioceses e 84 seminaristas ajudados. E o grupo C é formado pelas dioceses com renda de até R$35 mil, com 24 dioceses e 150 seminaristas ajudados.
“São 12 anos de projeto e já começamos a ordenar padres que nascem dessas colaborações da Igreja do Brasil”, comemorou dom José Valmor. “No futuro, certamente, alguns desses serão ordenados bispos, quem sabe daqui a 20, 30 anos, porque tiveram ajuda desse projeto”, vislumbra.
Um ponto que o bispo destacou é que os fiéis que contribuem nas comunidades também ajudam a sustentar o projeto. “[Quero] agradecer a você, querido batizado, que colabora com a sua paróquia, com a sua diocese, porque a sua doação também é responsável por sustentarmos as vocações ministeriais nas dioceses que vivem em dificuldade”, agradeceu dom José Valmor.
Comunhão e partilha num cenário de divisão
Ao ser perguntado sobre como resgatar a comunhão e partilha num cenário de divisão, até mesmo entre os católicos, o bispo lembrou que comunhão e partilha estão na raiz da Igreja. “Nos Atos dos Apóstolos temos o compromisso de nos ajudarmos mutuamente. No capítulo 2 fala que eles tinham tudo em comum, não havia necessidade entre eles”, falou.
Os cristãos são convidados hoje, explica, a continuar esse caminho de comunhão e partilha a partir dessa matriz da espiritualidade que a Igreja mantém desde o começo. “O batismo nos une, o pecado nos separa. Então queremos sempre mais, e o projeto é isso, unir, conjugar, construir pontos, aproximar.”
Metade dos padres na diocese de Barra (BA) foram formados pelo projeto
A diocese de Barra (BA) é uma das que recebe recursos do Projeto Comunhão e Partilha. Dos 20 padres da diocese, metade recebeu o apoio do projeto na época da sua formação, explica o bispo da diocese dom Luís Flávio Cappio. E atualmente são nove seminaristas. “Nós somos do primeiro grupo que recebemos 100% das ajudas”, relembra.
“Esta comissão da CNBB manifesta realmente uma solidariedade para com as dioceses mais carentes, e a nossa diocese da Barra é uma das mais carentes do Brasil. Se não fosse a comissão nos ajudar, nós não teríamos a possibilidade de ter os padres e os seminaristas que nós temos”, fala dom Luís.
“Hoje, a diocese da Barra, a maioria dos seus padres são filhos da diocese, que estudaram em nosso seminário em Feira de Santana e hoje são sacerdotes graças à ajuda da comissão. E todos os seminaristas atuais da nossa diocese continuam em Feira de Santana estudando, se alimentando e tendo as necessidades satisfeitas graças ao apoio da comissão”, agradece.
Por Juliana Mastelini (arquidiocese de Londrina) - Comunicação 60ª AG CNBB