Irmã Paulina fala sobre os 44 anos de celebração do mês da Bíblia
Atualmente durante o mês de setembro é celebrado, por vários países da América Latina e África, o mês da Bíblia, mas essa celebração começou há 44 anos por ocasião do cinquentenário da Arquidiocese de Belo Horizonte (BH). Foi levado adiante com a colaboração efetiva do Serviço de Animação Bíblica – Paulinas (SAB), até posteriormente ser assumido pela Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB) e estender-se ao âmbito nacional, hoje já é realidade em outros países.
O tema e lema do Mês da Bíblia de cada ano são definidos pela Comissão Episcopal de Animação Bíblico-Catequética da CNBB juntamente com as Entidades Bíblicas.
Conversamos com a Ir. Elisabete Corazza, da Congregação das Filhas de São Paulo – Paulinas, que atualmente exerce em Belo Horizonte a função de diretora e assessora do Serviço de Animação Bíblica – SAB/Paulinas e presta assessoria bíblica a grupos, comunidades paróquias e nas Livrarias Paulinas do Brasil, que falou sobre a origem da celebração do mês da Bíblia.
“ A Irmã Neli Manfio (Paulina) que participou da “origem” dessa celebração nos conta que em 1971 celebrando Cinquentenário da Arquidiocese de Belo Horizonte. Todas as forças vivas da cidade foram convidadas para apresentar, ao Conselho Presbiteral, sugestões para a comemoração desse grande acontecimento. Então, em março de 1971, juntamente com a Irmã Eugênia Pandolfo, superiora da comunidade de Belo Horizonte, apresentamos, por escrito, a Dom João de Rezende Costa, Arcebispo de Belo Horizonte, e ao Conselho Presbiteral a proposta de realizarmos um vasto e profundo movimento bíblico durante o mês de setembro, que atingisse todos os segmentos da Arquidiocese”, relata
O mês de setembro foi escolhido como mês da Bíblia porque no dia 30 de setembro é dia de São Jerônimo. O Santo foi quem traduziu a Bíblia dos originais (hebraico, grego e alguns trechos em aramaico) para o latim, que naquela época era a língua falada no mundo e usada na liturgia da Igreja.
“Estamos num mundo de muitos “barulhos” e é um grande desafio dar espaço para escuta. Dar tempo para a escuta daquilo que o Senhor tem a nos falar. Ouvir individualmente, mas em família, na comunidade.”
Para a irmã Elisabete o mês da Bíblia deve ser vivenciado com leitura, meditação e escuta.
“Com o desafio que o apóstolo Paulo nos apresenta: “a Palavra está perto de ti, em tua boca, em teu coração” (Rm 10,8), precisamos dedicar-se à Palavra, ler, meditar e acima de tudo OUVIR. Estamos num mundo de muitos “barulhos” e é um grande desafio dar espaço para escuta. Dar tempo para a escuta daquilo que o Senhor tem a nos falar. Ouvir individualmente, mas em família, na comunidade. Ler, estudar e rezar a Palavra comunitariamente nos proporciona outros horizontes e compreensões”, colocou.
Em 2015 o mês da Bíblia traz o tema ‘Discípulos e Missionários a partir do Evangelho de João’ e o lema: ‘Permanecei no meu amor para dar muitos frutos’. (Cf. Jo 15,8-9), segundo Irmã Elisabete essa reflexão sobre o tema e lema é um convite a ser discípulo de Jesus Cristo.
“ O tema escolhido fundamenta-se nos cinco aspectos essenciais do processo do discipulado: o encontro com Jesus Cristo, a conversão, o seguimento, a comunhão fraterna e a missão. Portanto, nos proporcionando uma espiritualidade de seguimento de Jesus Cristo. Já o lema “Permanecei no amor, para dar muitos frutos” (cf. Jo 15,8-9), é um grande convite em permanecer no Senhor para sermos verdadeiros discípulos do Reino. É um duplo movimento: de estar com Jesus e sermos uma “Igreja em saída”, como nos convoca o Papa Francisco”, destacou.
Portal A12