Projeto Comunhão e Partilha é expressão na Igreja do Brasil de gesto dos Atos dos Apóstolos
Da Redação, com informações da CNBB
Na condição de presidente da Comissão Episcopal do Projeto Comunhão e Partilha Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom José Walmor Cesar Teixeira, bispo de São José dos Campos (SP), falou ao portal da entidade sobre o projeto que viu nascer e acompanha desde o início.
Segundo ele, a necessidade financeira de diversas dioceses mais pobres espalhadas pelo Brasil fez despertar a elaboração do projeto, que teve início na 50ª Assembleia Geral da CNBB em 2012. “Foi a partir destas necessidades que surgiu a ideia, e por votação unânime, cada diocese (seja ela pequena ou grande) doa da sua receita ordinária 1% mensalmente para fazer depósito no fundo da CNBB”, relembrou. “As dioceses pobres recebem este oxigênio para poder formar seus seminaristas e padres do futuro”, disse.
Em 2017 foram atendidas 48 dioceses, o que permitiu a formação de 393 seminaristas. Em 2018, a previsão é que a ajuda do projeto chegue à 50 dioceses e 436 seminaristas da filosofia e da teologia atendidos (o projeto não financia a formação de seminaristas menores e do propedêutico). Ao todo, o projeto custeia 360 mil reais por mês para que dioceses possam levar à frente sua responsabilidade de formação do clero.
Segundo o presidente do projeto, o Comunhão e Partilha é a realização do que os atos dos apóstolos falam da Igreja primitiva: “Os cristãos tinham tudo em comum, se ajudavam mutuamente e ajudavam as igrejas necessitadas”. O bispo afirmou que a fotografia da Igreja primitiva hoje reproduz-se na Igreja no Brasil com essa colaboração da comunhão episcopal da formação de futuros padres. O projeto foi proposto por cinco anos. No início de 2017, a partir de um balanço geral, novamente, por unanimidade, os bispos votaram para estender sua continuidade por outros cinco anos.
Repasses do fundo – O projeto “Comunhão e Partilha” vem subsidiando a manutenção dos seminaristas acolhidos em seminários e casas de formação espalhadas pelo Brasil. As dioceses que recebem a ajuda para formação dos seminaristas são divididas em três grupos, de acordo com a renda bruta mensal. O grupo A reúnem que agrupa as dioceses que possuem renda de R$ 10 mil reais, recebem dois salários mínimos por seminaristas. Neste ano, o projeto prevê a colaboração com 9 dioceses neste perfil e com a formação de 65 seminaristas deste grupo.
Já o grupo B representa as dioceses que chegam à renda de R$ 20 mil reais. Essas recebem 1,8 do salário mínimo por estudante. Em 2018, o projeto prevê financiamento de 9 dioceses e 150 seminaristas neste grupo. 19 dioceses do terceiro grupo, o grupo C, no qual constam as igrejas locais com renda de até R$ 30 mil reais, receberão ajuda em 2018 o que permitirá formar 213 seminaristas.