Dom Walmor de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte (MG), fala sobre desafios pastorais nos centros urbanos
Da Redação, com informações da CNBB – Por Fernando Geronazzo
O 5º Meeting Point da 56ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida (SP), na manhã desta quarta-feira, 18, teve como tema o desafio de atuação da Igreja nos grandes centro urbanos. Para conversar com os jornalistas foi convidado dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte (MG).
Dom Walmor relatou a experiência vivida na Igreja particular de Belo Horizonte, que tem uma população de 5,5 milhões de habitantes em 28 municípios. Para enfrentar o desafio da evangelização neste grande centro urbano, a arquidiocese mineira conta com diversas frentes, uma delas, a criação de um Vicariato Episcopal para Ação Missionária. Um dos núcleos de atuação desse vicariato é a evangelização nas vilas e favelas.
“Nós temos um Centro de Geoprocessamento de Informações Pastorais e Religiosas, (Cegipar) na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas), que trabalha que nos mostrou que na região metropolitana de Belo Horizonte existem mais de 500 mil habitantes vivendo em vilas e favelas. Constatamos que destas vilas e favelas não estamos presentes em 170 delas”, destacou dom Walmor, chamando a atenção para o primeiro grande desafio pastoral.
Para o Arcebispo, o Cegipar é um instrumento fundamental para auxiliar a Igreja a perceber a realidade de modo concreto. “O trabalho na realidade urbana supõe ter equipamentos adequados de abordagens, intercâmbios e análise da própria realidade”, disse, ressaltando a contribuição de uma universidade católica para a Igreja e para a sociedade local.
Outro instrumento considerado importante por dom Walmor para a evangelização nas cidades é a comunicação. “Na nossa Arquidiocese, por uma tradição que vem de várias décadas, nós apostamos muito na comunicação, que é exigente, porque sua sustentabilidade muito nos pede e, ao mesmo tempo, é exigente pela sua qualificação, que deve ser um ponto fundamental para que possamos, ao dialogar com outros meios de comunicação, tanto católicos quanto da sociedade civil de modo adequado”.
Dom Walmor enfatizou a necessidade de fazer crescer a rede de comunidades para que, por meio de sua capilaridade, a Igreja se faça presente nesses locais onde ainda não chegaram. “Não há como evangelizar nos grandes centros urbanos nas cidades de nossas grandes regiões urbanas sem a força da capilaridade das comunidades, seu fortalecimento com uma Igreja toda ministerial”, afirmou.
A valorização da religiosidade popular, especialmente a devoção mariana, também são formas de evangelização nos centros urbanos. Em Belo Horizonte são mais de dez santuários, sendo o mais importante deles o Santuário de Nossa Senhora da Piedade, padroeira do Estado de Minas Gerais. “Santuários compreendidos como centros de espiritualidade, lugares de lugar dos pobres e lugares da cultura, se tornam uma grande força não apenas devocional, mas de evangelização”.
Ainda segundo o Arcebispo, para realizar esse trabalho evangelizador também existe o desafio da formação de sacerdotes, diáconos e agentes de pastoral para fazer de cada paróquia “uma grande escola do Evangelho”, disse.
Por Fernando Geronazzo