Dia Internacional da Síndrome de Down: ninguém pode ser descartado
Jackson Erpen e Amedeu Lomonaco – Cidade do Vaticano
“Ninguém pode ser descartado, porque todos somos vulneráveis. Cada um de nós é um tesouro que Deus faz crescer à sua maneira”.
Com uma mensagem no twitter, o Papa recordou as pessoas com Síndrome de Down, no Dia Internacional a elas dedicado, e que este ano tem por tema “A minha contribuição à sociedade”.
O objetivo da data, celebrada anualmente em 21 de março, é conscientizar as pessoas sobre a importância da luta pelos direitos igualitários, o seu bem-estar e a inclusão das pessoas com Down na sociedade
Mas Francisco não limitou-se ao tweet, fazendo questão de encontrar um grupo de jovens e crianças na Sala Paulo VI, antes da Audiência Geral, abraçando e abençoando-os.
Presente no encontro a Irmã Veronica Donatello, responsável pelo setor de “Catequese para pessoas com necessidades especiais” da Conferência Episcopal Italiana (CEI). Para ela, esta data é importante também “para denunciar a vergonha das classes especiais”.
Visão narcisista leva a considerar pessoas com necessidades especiais como “à margem”
Em 21 de outubro de 2017, ao dirigir-se aos participantes do Congresso promovido pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, o Papa Francisco havia ressaltado que “uma visão muitas vezes narcisista e utilitarista leva muitos, infelizmente, a considerar marginais as pessoas com deficiência, sem ver nelas a multiforme riqueza humana e espiritual”.
“Está ainda muito acentuada na mentalidade comum uma atitude de rejeição desta condição, como se ela impedisse de ser feliz e de se realizar a si mesmo. Disto dá provas a tendência eugênica a suprimir os nascituros que apresentam alguma forma de imperfeição”.
“Na realidade, todos conhecemos muitas pessoas que, com as suas fragilidades, até graves, encontraram, mesmo se com dificuldade, o caminho de uma vida boa e rica de significado. Assim como, por outro lado, conhecemos pessoas aparentemente perfeitas mas desesperadas! Contudo, é um perigoso engano pensar que somos invulneráveis. Como dizia uma moça que encontrei na minha recente viagem à Colômbia, a vulnerabilidade faz parte da essência do homem.”
Quem cuida dos pequenos está do lado de Deus
Em 17 de março, na homilia da Missa celebrada na esplanada da Igreja de São Pio de Pietrelcina, o Santo Padre havia afirmado que “quem cuida dos pequenos está do lado de Deus e vence a cultura do descarte.
Cultura que, pelo contrário, “privilegia os poderosos e considera inútil os pobres’.
“Quem prefere os pequenos – explicou o Pontífice – proclama uma profecia de vida contra os profetas de morte de cada tempo, mesmo de hoje, que descartam as pessoas, descartam as crianças, os idosos, porque não servem. Desde pequeno, nas escola, nos ensinavam a história dos espartanos”.
“Sempre me tocou o que nos dizia a professora – disse Francisco – de que quando nascia uma criança com má-formação, a levavam para o alto de um montanha e a jogavam, para que não existissem crianças assim. Nós crianças dizíamos: «Mas quanta crueldade!».”