Diocese São Carlos jan 22, 2018

Cônego Antônio Tombolato celebra 90 anos de vida

Cônego Antônio Tombolato celebra 90 anos de vida

Por Assessoria de Comunicação e Imprensa da Diocese de São Carlos

Contribuição e fotos: Seminarista Everton Luchesi e Revista Kappa 

O Cônego Antônio Tombolato, está celebrando nesta segunda- feira (22) 90 anos de vida. Por ocasião desta data de seu aniversário natalício o sacerdote celebrou neste domingo uma missa em ação de graças no Oratório Semi Público Nossa Senhora das Dores no bairro boa vista em São Carlos, e centenas de fiéis compareceram para este momento de fé e alegria.

Com 60 anos de ordenação sacerdotal, Padre Tombolato iniciou a missa dizendo: “vocês me surpreenderam… Existe algum pai mais feliz do que eu?”, enfatizou o religioso.

Durante a homilia, o Cônego refletiu sobre a liturgia do dia, destacando a importância da fé para nossa caminhada: ”Mesmo que existam dificuldades, o cristão que tem fé é feliz”, concluiu.

Antes da benção final Padre Tombolato expressou sua alegria com a comunidade presente: “Vocês são meus filhos e eu sou vosso pai…rezem por mim!”

Após a celebração aconteceu um almoço no Salão de Festa da Paróquia de Santa Isabel onde o sacerdote trabalhou por mais de 42 anos.

Conheça o Cônego Tombolato

E aos 90 anos continua a se dedicar a vida religiosa em seu oratório semi-publico de Nossa Senhora das Dores.

Cônego Antonio Tombolato nasceu em 22 de janeiro de 1928, na Fazenda São Vicente, propriedade dos pais, o italiano Juliano Tombolato e a brasileira Joana Cândida de Oliveira, entre os municípios de Brotas e Torrinha. A mãe morreu quando ele tinha apenas um ano de idade e do segundo casamento do pai nasceram as irmãs, Geni e Elisabete.

A vocação para seguir a vida religiosa surgiu na infância. “Senti o chamado e percebi muito cedo minha vocação. Não tinha ninguém da família que fizesse parte da Igreja e ainda criança fui para São Paulo onde comecei meus estudos no Liceu Salesianos Coração de Jesus.” A sequência da preparação aconteceu em Lorena, Lavrinhas e Pindamonhangaba.

Depois disso, Antonio Tombolato voltou para Lorena onde estudou filosofia e pedagogia. “A partir daí passei a lecionar, morei em Campo Grande, depois no Alto Araguaia, e lecionei também no seminá- rio em São Carlos. Depois me formei em teologia em São Paulo.” Foi seminarista de 1943 até 1958, após a ordenação tornou-se presbí- tero na cidade de Matão.

Em outubro de 1960, o bispo Dom Ruy Serra trouxe o padre Tombolato para a Catedral de São Carlos.

ATUAÇÕES E CONQUISTAS

Um dos primeiros projetos desenvolvidos pelo padre foi a Polícia Mirim, que oferecia acompanhamento e ocupação para crianças. A fundação da Juventude Operária Católica (JOC), que desenvolvia projetos de assistência social, foi outra importante atividade do padre. O grupo condenava os desmandos dos patrões que exploravam os trabalhadores são-carlenses. Sempre atuante e participativo, durante a ditadura militar foi considerado por alguns um padre progressista e chamado até de comunista. “Chegaram a me chamar de comunista, mas na verdade eu sempre agi da forma que o povo precisava, sempre atuei de acordo com a necessidade do povo.”

O envolvimento com a classe operária em defesa dos trabalhadores deixou marcas. Quando era padre da Catedral, apoiou a formação do sindicato dos metalúrgicos oferecendo salas da igreja para as primeiras reuniões e, ao contrário do que muitos pensam, ele garante que o bispo tinha conhecimento de tudo. “O bispo vivia uma situação delicada e complicada. Precisava defender o povo, mas tinha que manter bom relacionamento com as famílias dos industriais, responsáveis pela maior parte dos empregos na cidade.”

Nesta época, ele foi transferido para a paróquia de Vila Isabel, bairro que mais sofria com a falta de recursos e estrutura. “Fundei a creche para que as mães pudessem deixar seus filhos e trabalhar. Chegamos a atender mais de 100 crianças e foi lá que surgiu o projeto Patrulheiro.”

Foram 42 anos dedicados à paróquia que inclui o Santuário Nossa Senhora Aparecida da Babilônia, e até hoje a Vila Isabel é um exemplo de trabalho religioso aliado à assistência social. “Sempre contei com auxílio, nunca faltaram recursos para desenvolver os projetos, sempre que precisava, alguém ajudava. Até mesmo o Educandário, quando por falta de recursos corria o risco de fechar, fui eu quem trouxe os padres Salesianos para assumir a administração”, lembra, orgulhoso.

PERSONALIDADE FORTE

Foi no Educandário que Padre Antonio Tombolato conheceu o menino Edson Luiz da Silva. Hoje aos 50 anos é ele, o filho adotivo, quem cuida do padre. A idade avançada trouxe dificuldades para ouvir e andar, mas não tirou de Tombolato a vontade de viver e servir a Deus. Diariamente ele celebra uma missa às 7h na Capela Nossa Senhora das Dores e atende os mais necessitados em quatro horários especiais por semana, quando realiza uma novena. “Construí minha casa e a capela num terreno da Diocese, pedi autorização para o bispo, queria continuar atendendo o povo”, explica.

A firmeza na pregação e a adoração a Deus o fez conhecido também como um padre que expulsa demônios, fama que até hoje faz com que muitas pessoas, de vários bairros da cidade o procurem. “Jesus expulsou demônios, todas as orações de libertação que faço estão na Bíblia. É preciso ter consciência que o mal existe, temos que combater o inimigo, pedindo as bênçãos de Deus. Mas é preciso saber que não é a igreja que precisa de nós, somos nós que precisamos da igreja”, conclui. Padre Antonio Tombolato .

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