Diocese São Carlos jun 21, 2024

3º Encontro de padres assessores da Pastoral da Comunicação do Estado de São Paulo

3º Encontro de padres assessores da Pastoral da Comunicação do Estado de São Paulo

(CNBB Sul 1)

Com o desejo de estreitar os laços e gerar comunhão, 31 padres Assessores da Pastoral da Comunicação do Estado de São Paulo se reuniram em Atibaia (SP), na Casa de Retiros Schoenstatt-Tabor, entre os dias 18 e 19 de junho.  Em sua terceira edição, o encontro foi promovido pela Pastoral da Comunicação do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Da Diocese de São Carlos, participou o Padre Rubens Jr., assessor diocesano da Pascom.

Com a temática “o presbítero e a assessoria de comunicação pastoral e institucional”, o encontro contou com a assessoria de Marcello Zanluchi, pesquisador e doutor em Comunicação e Semiótica. Marcelo também possui vasta experiência na prática pastoral, chegando a ser coordenador da Pascom da Diocese de Bauru (SP), seu local de residência.

Partindo das responsabilidades que os presbíteros possuem no trabalho com as pessoas que estão ao seu lado na atuação da Pastoral da Comunicação e nos departamentos de comunicação institucional das Dioceses, Marcelo lançou mão de quatro características para o bom cumprimento desta missão: liderança, comunicação, cooperação e comunhão. Mais do que apresentar um conteúdo, Marcelo envolveu os padres numa dinâmica para criação de laços entre si e construção de pontes.

Ao refletir sobre as noções atuais de liderança, Marcelo apresentou características que devem fazer parte do líder: aquele que está ao lado de sua equipe e a conduz para o propósito de sua instituição: “quando comunicamos, nós trazemos pessoas para o propósito de nossa instituição ou fazemos a mera informação de algo que acontece?”, ponderou Marcelo.

A descentralização também foi abordada como uma atitude própria de um líder que não concentra a execução de todos os trabalhos em si, mas percebe que na colaboração mútua está a chave para o avanço dos trabalhos na Pastoral e na comunicação institucional. Porém, uma verdadeira mudança de mentalidade é necessária para alcançar a descentralização: “A minha mentalidade impede ou alavanca os projetos paroquiais e pastorais? O que nós precisamos rever?”. Com a descentralização e a colaboração, aponta Marcelo, é possível construir comunicação a partir de redes, cujos nós desta rede são seus líderes.

Dentre outros pontos, o pesquisador também falou sobre a importância de constantemente estudar comunicação, como maneira de compreender os apelos dos tempos atuais: “por quais motivos devemos estudar comunicação? Primeiro, compreensão. Precisamos compreender que a cultura atual e a nova situação da igreja favorecem o desenvolvimento de modalidades comunicativas que precisamos estar a par. A realidade nos faz buscar isso. Se eu tenho uma equipe que estuda, e eu mesmo estudo, isso nos ajuda a responder os apelos do tempo”.

O exemplo do padre jesuíta Theodor Amstad, fundador do modelo moderno cooperativo, foi utilizado para ilustrar a necessidade da cooperação nas diversas atividades: “Uma grande característica do ser humano é a necessidade de cooperar. Mesmo quando não imaginamos, a necessidade está presente do cotidiano. Percebendo isso, padre Theodor foi uma liderança transformadora através da iniciativa de cooperação que lançou”. Marcelo acrescenta: “O quanto estamos preparados para olhar além do nosso tempo?”.

A dimensão da comunhão, com grande fundamento na Santíssima Trindade, é outra característica fundamental, que está entrelaçada à liderança, comunicação e à cooperação “Se queremos que a comunhão aconteça, os primeiros que devem favorecer a comunhão somos nós. Pessoas abertas a compartilhar conhecimento”. Esta comunhão, que deve acontecer como um modo de vida, também deve passar pelos laços institucionais, como recordou Marcelo: “Como iremos estreitar os laços não apenas entre as dioceses, mas esta comunhão de comunicação que deve haver entre Igreja e meios de comunicação seculares? Um dos objetivos da Pascom é evangelizar os profissionais de comunicação e tambémcriar laços com estes profissionais”.

Suas colocações foram finalizadas com a apresentação de propostas de colaboração entre dioceses e mesmo com o próprio Regional Sul 1. Sugeriu ainda a criação de um núcleo de boas práticas, onde cada diocese poderia apresentar seus trabalhos e os modos de superação de desafios, permitindo que tais experiências inspirem outras dioceses e haja intercambio de ideias.

 

Copyright ©2018. Todos os direitos reservados.