Pe. Rubens ago 27, 2021

Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla

Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla

Descrição da imagem: A imagem retrata a fotografia de uma criança com síndrome de down mostrando as mãos pintadas em tinta. No centro da imagem, em destaque, é possível observar a mão direita da criança, aberta com a palma virada para frente, pintada em diversas cores: azul, vermelho, amarelo, laranja, verde e branco. Ao fundo, desfocado, podemos observar a criança sorrindo. Fim da descrição.

 

De 21 a 27/08 é comemorada a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla. A data foi instituída pela Lei nº 13.585/2017 e visa ao desenvolvimento de conteúdos para conscientizar a sociedade sobre as necessidades específicas de organização social e de políticas públicas para promover a inclusão social desse segmento populacional e para combater o preconceito e a discriminação.

Em referência à esta semana tão importante, a pastoral da inclusão de nossa diocese, divulga uma matéria muito interessante sobre Arte e Inclusão, com informações da professora Lívia Maria Rodrigues, 53 anos, Artista Plástica, Arte Educadora, Estudante do 5º ano de Arquitetura e Urbanismo. Confira:

A arte tem um papel fundamental na inclusão social, na mudança do olhar, na quebra de paradigmas, próprios e daqueles que nos observam. A sociedade vê as pessoas diferentes como incapazes, porém a questão não é capacidade e sim “habilidade”. Todos nós temos habilidades e dificuldades diferentes, não é mesmo?

Através da arte, as habilidades são afloradas e trabalhadas dentro da capacidade de cada um. Uma pesquisa nas escolas da Inglaterra anos atrás, descobriu que todo ser humano evolui por curiosidade nata e por algo que gere prazer. Mudando o programa da escola e permitindo que os alunos escolhessem algumas matérias que gostam, todos melhoraram consideravelmente nas matérias que não gostam.

Com relação à importância da metodologia da arte-educação, segundo a Arte Educadora Anna Mae Barbosa, escritora e professora, a arte trabalha o ser trino completo, em três dimensões:

O intelecto é trabalhado a partir do contato com a arte que leva ao conhecimento; essa arte pode ser visual, auditiva, tátil, falada, cantada, etc. Conhecer os instrumentos que auxiliam na execução daquela arte, como: ver um quadro e ter contato com pinceis, tintas, lápis de cor, desenhos; ouvir uma música e ter contato com um instrumento; ter aulas de canto, ou seja, sem conhecer não há como gerar o saber, esse é o primeiro passo.

O segundo aspecto é o sentir, a satisfação do ser se perceber como capaz de desenvolver habilidades, elevar a autoestima, fazer o que pode trazer prazer a alma, agradar. Eu costumo dizer que para mim, pintar é como meditar, todo o resto do mundo pára, o foco vem para o momento presente, o estar diante de um processo de criação é Divino.

O terceiro aspecto é o físico, o desenvolvimento sensorial e motor, que a atividade artística pode promover, é treino e evolução!

O fazer bem, pode levar inclusive a uma qualificação profissional e ser fonte de renda para o artista, não precisando ser apenas uma arte terapia ou uma satisfação pessoal.

Meu trabalho com as pessoas com deficiência é repleto de descobertas – a descoberta que cada um traz de acordo com suas características próprias, gosto, estilo, habilidades; torna ilimitado, aquele que parece limitado. Trabalhos belíssimos, são como uma flor, que pode surpreender quando se abre.

Meu papel é primeiro avaliar essas capacidades, depois ajudar a desenvolver, sem alterar as características próprias nem o tempo de cada um. O desafio é ter paciência, é ensinar e interferir o mínimo possível no trabalho do aluno, é a sensibilidade de adivinhar desejos, pois nem todas as perguntas são respondidas ou expressadas de modo convencional. O apoio das famílias, é fundamental para que juntos, possamos ter esse diálogo seja traduzido.

A arte harmoniza, embeleza a vida, traz pra fora o que há dentro, acalma, traz alegria e satisfação, surpreende, é inovadora particular e criativa, eleva a alma, a arte é uma prece. Sinto-me abençoada por poder ajudar através da arte no desenvolvimento de seres tão especiais com muito amor.

 

 

 

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